Edizione diplomatico-interpretativa

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  I
  O q(ue)u(os) nu(n)ca cuydey a dizer
  Co(n) gram coyta senhor uolo direy
  Por q(ue) me ueio ia por uos moirer
  Ca sabedes q(ue) nu(n)ca. u(os) faley
  De comome mataua uossamor
  Ca sabe d(eu)s ben. q(ue) doutra senhor
  Que eu no(n) auya miu(os) chamei  
  O que vos nunca cuydey a dizer,
  con gram coyta, senhor, vo-lo direy
  porque me veio ia por vós moirer,
  ca sabedes que nunca vos faley
  de como me matava voss’amor,
  ca sabe Deus ben que d’outra senhor
  que eu non avya mi vos chamei. 
 
  II
  E Todaq(ue)sto mi fez faz(er).
  O muy gra(n) medo q(ue) eu de uos ei
  E desi p(or)u(os) dar a ente(n)der
  Que p(or) outra moiria de q(ue) ei
  Ben sabe d(eu)s mui peq(ue)no pauor
  E de soy mays fremosa mha senhor
  Se me matardes be(n)uolo busq(ue)y  
  E tod’aquesto mi fez fazer
  o muy gran medo que eu de vós ei,
  e des i por vos dar a entender
  que por outra moiria, de que ei,
  ben sabe Deus, mui pequeno pavor;
  e des oymays, fremosa mha senhor,
  se me matardes, ben vo-lo busquey. 
 
  III
  E creede q(ue) auey prazer
  De me matardes poys eu certo sey
 
  Que esso pouco q(ue) ei de uiue
  Que ne(n) hu(n) p(ra)zer nu(n)ca ueerey
  E p(or) q(ue) soo desto sabedor
  Semi q(ui)s(er)des dar/morte senh(or)
  P(or) gram mercee uolo teirei 
 
  E creede que avey prazer
  de me matardes, poys eu certo sey
  que, esso pouco que ei de vive,
  que nen hun prazer nunca veerey;
  e, porque soo desto sabedor,
  se mi quiserdes dar morte, senhor,
  por gram mercee vo-lo teirei.