Testo critico

Versione stampabilePDF version

 
Pero m’eu ei amigos, non ei niun amigo
con que falar ousasse a coita que comigo
ei; nen ar ei a quen ous’én máis dizer e digo:
“<D>e mui bon grado querria a un logar ir
e nunca m’end’ar viir!”.                        
                                  5

Vi eu viver coitados, mas nunca tan coitado
viveu com’oj’eu vivo, nen o viu ome nado
des quando fui u fui. E aque vo-lo recado:
“De mui bon grado querria a un logar ir
e nunca m’end’ar viir!”.                        
                                  10

A coita que eu prendo, non sei quen atal prenda,
que me faz fazer sempre dano de mia fazenda.
Tod’aquest’eu entendo e quen máis quiser entenda:
“De mui bon grado querria a un loga<r> ir
e nunca m’end’ar viir!”.                                    
                      15

<D>e cousas me non guardo, mas pero guardarm’ia
de sofrer a gran coita que sofri de-lo dia
des que vi o que vi, e máis non vus én diria:
“De mui bon grado querria a un logar ir
e nunca m’end’ar viir!”.                            
                              20

4 [...]e mui 14 loga iR 16 [...]e cousas: lettera miniata mancante.
 
 
v. 4: ho integrato <d>e mui sulla base di tutti gli altri refrán del componimento.
v. 14: ho integrato loga<r> ir sulla base di tutti gli altri refrán del componimento.
v. 16: ho integrato <D>e cousas basandomi sulla lettura di Michaëlis e di Correia che, diversamente da me, hanno avuto la possibilità di visionare il manoscritto cartaceo. Correia infatti afferma che “a partir da segunda estrofe as iniciais de estrofe não foram desenhadas, mas são ainda perceptíveis as letras de espera”. | Michaëlis emenda ma<i>s pero poiché, come spiega Correia, “a dupla adversativa é frequente entre as cantigas galego-portuguesas (cantigas de amor: 14,2; 25,103; 25,126; 47,14; 47,20; 63,51; 78,20; 111,4; 111,7; 148,22; 151,13; 151,15; 151,19; 152,4; cantigas de amigo: 14,4; 25,18; 25,38; 70,24; 74,5; 75,5; 150,7; escárnio: 70,38). Contudo, quando são usadas juntas, a forma da primeira é "mais" (e não "mas"), excepto nesta cantiga e em 157,13. Talvez por esta razão C. Michaëlis tenha optado por corrigir a lição do manuscrito para "mais pero", atitude que porém não manteve ao editar a cantiga 157,13 (Ajuda I, p. 419)”.