Revisione di Edizione diplomatico-interpretativa del Gio, 23/02/2017 - 15:37

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   I  
Este lais fez Elis obaço q(ue) foi duc        
de sam.sonha q(uan)do passou aagra(m)
Bretanha q(ue) ora chama(n) ingraterra.
E pasoula no t(em)po de Rey artur pa(ra)
se co(m)bater co(m) trista(n) por q(ue) lhe matara
o padre e(m) hu(m)a batalha. E andando
huu(m) dia e(m) sa busca foy pela ioyosa
guarda hu era a raynha Iseu
de Cornoalha. E uyua tan fremosa
q(ue) adur lhe poderia hom(en) no mu(n)do
ach(ar) par. Enamorou-se e(n)ton dela.
e fez por ela este laix. Este lais pose
mos aq(ua) p(orque) era o melh(or) q(ue) foi feto.
Este lais fez Elis, o Baço, que foi Duc
de Sansonha, quando passou aa Gram
Bretanha, que ora chamam Ingraterra.
E passou lá no tempo de rei Artur, para
se combater com Tristam, porque lhe matara
o padre em ũa batalha. E andando
um dia em sa busca, foi pela Joiosa
Guarda u era a rainha Iseu
de Cornualha. E viu-a tam fremosa
que adur lhe poderia home no mundo
achar par. E namorou-se entom dela
e fez por ela este lais. Este lais posemos
acá porque era o melhor que foi feto.
  II  
Amor des q(ue) ma uos cheguey
Bem me poso deuos loar
Camuy pou camota meu cuydar
Valya mais pois emmendey
Amor, des que m'a vós cheguei,     
bem me posso de vós loar,     
ca mui pouc'ant', a meu cuidar,     
valia; mais pois emmendei      
 III  
Tan muy(to) tam in (m)i(m) q(ue) comam teu
Era de pobre coraçom
Asy q(ue) ne(m) nenhu(m) bem em tom
Non cuydaua que era meu
tam muit'em mim que, com'ant'eu     
era de pobre coraçom,     
assi que nẽum bem entom     
nom cuidava que era meu,      
  IV  
E sol non me pre çaua(n)em rem
Ante me tij(n)ha(m) ram en uil
Quesse demy(n) falaua(n) mil
Nu(n)ca dezia(n) ne(n) hu(m) bem
e sol nom me preçavam rem,     
ante me tinham tam em vil     
que, se de mi falavam mil,      
nunca deziam nẽum bem;      
   V  
E des q(ue)m eu auos cheguey
Amor de tod(a) al fuy q(ui)tar
Se no(m) deuos s(er)uir punhar
Logueu des y e(m) prez entrey
e des que m'eu a vós cheguei,     
Amor, e tod'al fui quitar     
senom de vos servir punhar;     
log'eu des i em prez entrei      
   VI  
Quemha(n)te daus era greu
E p(er)ouley e p(er) al non
Asy q(ue) duus boo(n)s son
Mais lo o meu p(r)iz cao seu
 que mi, ante de vós, era greu;     
e per vo-l'hei, e per al nom,     
assi que, d'u os bõos som,     
mais loo[m] meu prez ca o seu,      
   VII  
Amor pois eu al no(m) ey
Ne(n) aue rey nulha saton
Seno(n) uos e meu coracon
Non s(er)a senon da q(ue) sey(n)
Amor, pois eu al nom hei,      
nem haverei nulha sazom,     
senom vós, e meu coraçom      
nom será senom da que sei:      
  VIII  
Muy(to) fremosa e de gra(n) prez
E q(ue) polo meu gra(n) mal uy
E de q(ue) sempre ate(n)ndy i
Mal cabe(m) nu(n)c a mella fez
mui fremosa e de gram prez,      
e que polo meu gram mal vi,      
e de que sempre atendi     
mal, ca bem nunca m'ela fez;      
   IX  
E pore(n) uos rrogeu amor
Q(ue) me façades dela au(er)
Algu(n) be(m) pois uolo poder
Auedes eme(n)rreu ia for
e por en vos rog'eu, Amor,     
que me façades dela haver      
algum bem, pois vó'lo poder     
havedes. E mentr'eu já for      
   X  
Vyuo cuydo uolo s(er)u(ir)
E ar direy se de(us) q(ui) s(er)
Ben de uos pois q(ue) me ueer
Per uos de q(ue) mha deuir
vivo, cuido vo-lo servir,     
e ar direi, se Deus quiser,       
bem de vós, pois que me veer     
per vós, de que mi há de viir;      
   XI  
E se mesto no(n) faz des
Q(ue) sey q(ue) sera uoso be(m)
Confonda u(os) porem que(m) tem
En seu poder
e se m esto nom fazedes,     
que sei que será vosso bem,      
cofonda-vos por en quem tem      
em seu poder.
   XII   
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen  
Amen Amen Amen     
Amen Amen Amen