Edizione diplomatico-interpretativa

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   I  
Este lais fez Elis obaço q(ue) foi duc     
de sam.sonha q(uan)do passou aagra(m)
Bretanha q(ue) ora chama(n) ingraterra.
E pasoula no t(em)po de Rey Artur pa(ra)
se co(m)bater co(m) trista(n) por q(ue) lhe matara
o padre e(m) hu(m)a batalha. E andando
huu(m) dia e(m) sa busca foy pela ioyosa
guarda hu era a raynha Iseu
de Cornoualha. E uyua tan fremosa
q(ue) adur lhe poderia hom(en) no mu(n)do
ach(ar) par. Enamorou-se e(n)ton dela.
e fez por ela este laix. Este lais pose
mos aq(ua) p(orque) era o melh(or) q(ue) foi feto.
Este lais fez Elis, o Baço, que foi Duc
de Sansonha, quando passou aa Gram
Bretanha, que ora chaman Ingraterra.
E passou lá no tempo de Rey Artur para
se combater com Tristan porque lhe matara
o padre em hũma batalha. E andando
hum dia em sa busca, foi pela Joiosa
Guarda hu era a rainha Iseu
de Cornualha. E viu-a tam fremosa
que adur lhe poderia homen no mundo
achar par. E namorou-se entom dela
e fez por ela este lais. Este lais posemos aqua porque era o melhor que foi feto.
  II  
Amor des q(ue) ma uos cheguey
Bem me poso deuos loar
Camuy pou camota meu cuydar
Valya mais pois emmendey
Amor, des que ma vos cheguey     
bem me posso de vos loar,     
ca mui pouca mota meu cuidar,     
valya mais pois emmendey     
 III  
Tan muy(to) tam in (m)i(m) q(ue) comam teu
Era de pobre coraçom
Asy q(ue) ne(m) nenhu(m) bem em tom
Non cuydaua que era meu
tam muito tam in mim que comam teu   
era de pobre coraçom,     
asy que nem nenhum bem em tom     
non cuydava que era meu,      
  IV  
E sol non me pre çaua(n) em rem
Ante me tij(n)ha(m) ram en uil
Quesse demy(n) falaua(n) mil
Nu(n)ca dezia(n) ne(n) hu(m) bem
e sol non me preçavan em rem,     
ante me tijnharam en vil     
quesse demin falavan mil,      
nunca dezian nenhum bem;      
   V  
E des q(ue)m eu auos cheguey
Amor de tod(a) al fuy q(ui)tar
Se no(n) deuos s(er)uir punhar
Logueu des y e(m) prez entrey
e des quem eu avos cheguey  
Amor de toda al fui quitar     
se non de vos servir punhar;     
logueu des y em prez entrey 
   VI  
Quemha(n)te daus era greu
E p(er)ouley e p(er) al non
Asy q(ue) duus boo(n)s son
Mais lo o meu p(r)iz ca o seu
Quem hante daus era greu;     
e perouley e per al non    
asy que duus boons son     
mais lo o meu priz ca o seu,      
   VII  
Amor pois eu al no(m) ey
Ne(n) aue rey nulha saton
Seno(n) uos e meu coracon
Non s(er)a senon da q(ue) sey
Amor, pois eu al nomei     
nen averei nulha saton,     
se non vos e meu coracom      
non sera senon da que sei
  VIII  
Muy fremosa e de gra(n) prez
E q(ue) polo meu gra(n) mal uy
E de q(ue) sempre ate(n)ndy i
Mal cabe(m) nu(n)c a mella fez
muy fremosa e de gran prez,      
e que polo meu gran mal uy     
e de que sempre atendy i   
mal cabem nunca mella fez      
   IX  
E pore(n) uos rrogeu amor
Q(ue) me façades dela au(er)
Algu(n) be(m) pois uolo poder
Auedes eme(n)rreu ia for
e poren vos rrogeu amor,     
que me façades dela aver      
algun bem, pois volo poder     
auedes emenrreu ia for      
   X  
Vyuo cuydo uolo s(er)u(ir)
E ar direy se de(us) q(ui)s(er)
Ben de uos pois q(ue) me ueer
Per uos de q(ue) mha deuir
vyuo, cuydo volo servir    
e ar direy se Deus quiser       
ben de uos, pois que me veer     
per vos de que minha devir     
   XI  
E se mesto no(n) faz des
Q(ue) sey q(ue) sera uoso be(m)
Confonda u(os) porem que(m) tem
En seu poder
e se mesto non faz des,     
que sey que sera voso bem     
cofonda vos porem quem tem      
en seu poder.
   XII   
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen
Amen Amen Amen  
Amen Amen Amen     
Amen Amen Amen