Edizione diplomatico-interpretativa

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I I
 
  Hum escudeyro ui oia rrufado por
  tomar penhor a mayor garçia
  por dinheyros poucos q(ue) lhi diuia
  edissela poilo uiu denodado
  senher uos no(n) mha ffrontedes assy
  esera gora hun iudeu aqui
  con que barate dar uos ey rrecado
 
  Hum escudeyro vi oi arrufado
  por tomar penhor a maior garçia
  por dinheiros poucos que lhi divia
  e diss’ela, poi-lo viu denodado:
  -Senher, vos non mh affrontedes assi
  e sera gora hun iudeu aqui,
  con que barat,’e dar vos ei rrecado.
II II
 
  De uossos d(in)rs de muy bo(n) grado
  etornada q(ui) ao meio dia
  e entando uerra da iudaria
  a quel iudeu co(n) q(ue) ey baratado
  ehu(n) mouro q(ue) achi de chegar
  co(n) que ey out(ro)ssy de barratar
  e en como q(ue)r fareyuos eu pagado
 
  De vossos dinrs de mui bon grado
  e tornada qui ao meio dia
  e entando verra da Judaria
  aquel iudeu con que ei baratado
  e hun mouro, que a chi de chegar,
  con que ei outr’ossi de barratar,
  e, en como quer, farei vos eu pagado.
III III
 
  Eo mouro foy alogalhy chegado
  e cuydoussela q(ue) el pagaria
  diuida uelha q(ue) ela diuia
  mais disso mour(o)
  ssolno(n) e penssado
  q(ue) uos paguedes rren domeu au(er)
  meos deu cra sobr(e) uos faz(er)
  cahu(n) iudeu auedes enganado
 
  E o mouro foy a log’alhi chegado
  e cuidou ssela que el pagaria
  divida velha que ela divia;
  mais diss’o mouro: - ssol non e penssado
  que vos paguedes rren do meu aver
  meos d’eu cra sobre vos fazer
  ca hun iudeu avedes enganado.
IV IV
 
  Eela disse fazede uos qual
  c(ar)ta  q(ui)serdes sobr(e) mi(n) poys dal
  no(n) possa uer aq(ue)l home(n) pagado
 
  E ela disse:-  fazede vos qual
  carta  quiserdes sobre min, pois d’al
  non poss’aver aquel homen pagado
V V
 
  Eomuro lega carta notou
  sobr(e) la e sobre qua(n)tolha chou
  epagoua eleixoulho tralado
 
  E o muro leg’a carta notou
  Sobr’ ela e sobre quanto lh’ achou
  e pagou a e leixou lh’ o tralado.